Às vezes, quando o mundo para,
Sinto correr e mim um grave voz
Num tom alucinante e imponente que,
Até a surdez da minha teimosia
Incomoda-se com os gritos!
São os gritos da minha inércia que,
Num ímpeto de buscar a sobrevivência
De minha frágil alma, refugiam-se sem temer
No interior sombrio dos meus ouvidos...
Tamanhos são os gritos, os berros...
Tamanha a minha mera inquietude,
Tamanho o desespero insano da minha mudez
Querendo gritar, querendo sair,
Tamanho incômodo, tamanho incômodo...
É assim que vivo o parar desse mundo,
É assim que ouço o tal tom alucinante,
A cada vez que minha inércia se move,
A cada vez que minha mudez não sobrevive!
(Rodolpho Moraes)
(Imagem: O Grito (no original Skrik ) é uma pintura
do norueguês Edvard Munch, datada de 1893 e está localizada na
Galeria nacional de Oslo, na Noruega)
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