sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Jus


Não faço jus a algumas coisas,
Tenho tal consciência...
Mas se realmente consciente eu fosse,
Talvez algum jus eu merecesse...

E não estou aqui a falar da ignorante razão
E suas emoções (a razão tem as suas sim, pasmem!).
Estou a falar das minhas (de forma inteiramente racional),
Entenda quem puder...

Faço jus sim ao pouco que tenho
Que por acaso é o meu tudo...
Faço jus ao limitadíssimo infinito construído no meu peito
Com pedras e pétalas secas que nunca sentiram o orvalho.

Faço jus ao ímpeto desacreditado de crescer,
Pela demagógica necessidade de ser...
Faço jus, nem que por instantes,
Ao riso esmerado do meu filho...

Faço jus não por ser santo, mas pecador!
Faço jus por se perfeitamente imperfeito
E por saber que não sou responsável por jus algum,
Mas que sou tão somente parte do apenas...
Parte de uma irresponsável e primorosa
Consequência dos mesmos (jus).

(Rodolpho Moraes)


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